domingo, 27 de novembro de 2011

PERDÃO







Humilde palavra és, perdão!

Nasceste da raiz que floresce o amor;
da chama que só nos corações se propaga;
da água que sacia a sede que consome a angústia,
espírito renovador que flúi às almas carcerárias.

És capaz de rejuvenescer a paz!
- força que brota de cada ser, enlevo lhe faz.
Contigo, a alegria brilha nos corpos irmanados
e o amor, dele nascido,  se espalha à Luz da concórdia
entre os povos da desejável boa vontade.

Tu perdão, que nasces da humildade e sempre o serás...
mas porquê, (e em tantos que o são) quanto custa
habitar nos penosos corações,
se te basta o aconchego da modesta sinceridade?
Sais da boca apaziguadora
em doce voz do intimo, ofereces...
e deixas para traz o amargo rancor
que só faz crescer a dolorosa dor.

Tu que só sabes afagar em carícias de amor,
o teu sentir, é pois,. o bálsamo para o repelente amargor.
Enxugas as lágrimas da tristeza
para que aos olhos brilhe a felicidade encontrada.
Depois enfim,
o frio ódio, estrangulador dos corações doridos,
desapareça!
e nascerá nas novas Auroras, os desejados dias queridos.



NOS CAMINHOS trilhados,                              
como bom é seguir o rumo da rectidão!

Na tua vida, aprendeste o valor do perdão,
      o elo fecundo para que haja união;
Sentiste o mérito de ser humano,
      que maravilhoso o é e de sabedoria tamanha;
Compreendeste quanto é precisa a paz,
       bendito saber foi que ao corpo fez;
Procuraste construir a felicidade,
       desejo de teu espírito em possuir essa verdade.

Na tua vida, tudo de bom, tentaste abraçar e amar,
       - essa foi a tua mensagem que quiseste cantar.
Foste ao encontro da alegre esperança para teu coração,
        bálsamo que correu no leito do teu corpo;
Nas auroras nascidas dos teus sonhos,
        construíste os teus reais dias, quanto desejados;
Tuas palavras, quiseram dar o eco no tempo abraçado
        vontade de ser semente aos corações amados.

Na fonte das beijadas aguas da vida,
rejuvenescias teu fatigado espírito
na caminhada encetada,
confiante do encontro do abraço do Amor!

(Tu homem, deixas-nos a recordação
de tudo que saiu do coração!)


Valdemar Muge


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O HOMEM


És tu homem que cantaste as maravilhas da Natureza
de tamanho encanto e quanta beleza!:

Disseste o que o mar, na mansidão, nos suaviza
e as copiosas fontes nos murmura na fresca desliza;
Da luz Solar que nos abraça e a todos alberga,
e das Estrelas que no Universo da noite, cintila e eleva.

Eis a vida do mistério silente
que quanto tem o dá e se sente...
Que seria dela nesse silencio da vida,
se não fosse o homem, como fecundo pólen,
para a voz lhe dar à sua força querida?

És tu, que com teus sonhos, a imagem transmites;
com teu sentir, o clamor percursor lhe dás,
com teu querer, sempre com ela estás
porque dela és, latejas e vives.

Serás tu o complemento desta Obra-prima,
o enviado propagar da Natureza que se anima?
Serás tu o animante desta sobrevivência
ou o destruidor de onde vives?
- Ó Clemência!

Tu homem:
 viverás a vida que possas ter
e que melhor saibas nela viver.


 MUITOS SÃO os seres que habitam na Terra,
mas tu, homem, bem sabes o que dentro de ti encerra...
porque és diferente de todos que aqui habitam
e com eles saber viver e os compreender.

És distinto, porque teus desejos brotam carinho;
teu coração, anseia amizade de feliz união;
tua alma, procura o fluido do amor,
corrente que desejas com fervor.

Tuas palavras, buscam convívio;
teu olhar. percorre a beleza irradiante;
tuas mãos, pretendem abraçar a paz
que quão difícil é neste tempo que faz.

És diferente dos outros seres, ó homem!:
Porque tens a inteligência da sabedoria;
o querer de aprender e sempre mais seria;
a força do ser de melhor sempre ser
no ideal aperfeiçoamento de mais querer.

És o ser que vive, que melhor deve
cultivar a existência do Universo!
O progénito da essência desta Terra,
a maior maravilha que nela encerra!
(e mal se assim o não honrasses,
serias então um vil nela ser.)
És enfim, fonte de vida para vida aqui ser.


              Valdemar Muge