sábado, 29 de novembro de 2025

QUANDO UM DIA


 

QUANDO UM DIA

 

 

Quando um dia for com o vento

voando para as estrelas de Celestial Luz,

nas primaveras que encontrar,

encontrarei tantos ausentes, saudosos queridos...

então, nessas primaveras em flor,

com o canto da alegria e de amor, os abraçarei,

porque junto delas,

estarão os corações da fraternidade e do amor...

aí sei, que encontrarei o bálsamo

para a minha saudade de quem um dia deixar.

 

Quando um dia for com a aragem

nas tardes de verão que por elas voar,

despedir-me-ei, deslizando nas ondas do mar,

num saudoso abraço de saudade,

e, nas fontes por onde aqui passei e amei, pousarei

nessa suavidade que as águas me traziam e as cantei.

 

Quando um dia não tiver os silêncios do outono,

e tudo seja um passado tido, levarei do que guardei,

um regaço de natureza de cor e encanto,

para cantar a saudade disto perdido

(com o companheiro vento e a aragem amiga,)

a todos que encontrar,

para que me ouçam, me queiram abraçar

nos encontros do novo amar.

 

Quando um dia, aqui,

já não mais vos poder abraçar,

abraçarei nas estrelas da nova Luz,

todos os queridos, todos os amados,

esses espíritos que nos protegem e nos esperam

no eterno abraço de paz e amor.

 

Valdemar Muge

sábado, 15 de novembro de 2025

MARIA SAUDADE


 

MARIA SAUDADE

 

Maria Saudade,

quanta saudade aqui deixaste...

ai Saudade, Saudade,

e quanto de mim levaste!...

Mas de ti, deixaste a infindável

saudade no meu coração.

 

Como tudo se calou:

Já não ouço as aves a cantar;

o canto das fontes e do mar,

se silenciaram na triste despedida 

desse dia de dor acontecida...

como elas choraram, choraram

que nas águas, lágrimas correram solitárias.

Só vejo olhos tristes, saudosos,

que te queriam amar e falar;

só vejo corações de saudade,  

que ainda te queriam abraçar.

 

Agora, só ouso a voz do sentir da saudade,

da Saudade perdida do triste dia acontecido.

 

Valdemar Muge

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

NOS CAMINHOS DO TEMPO


 

NOS CAMINHOS DO TEMPO

Como queria que minhas palavras percorressem o tempo,

voassem, voassem, e, pousassem nos vossos corações,

e, elas fossem resultado de vos sentirem mais felizes

em cada dia, em cada instante;

criassem sorrisos, amizades e fraternidades

nos seres tristes e desanimados.

Mas não creio... já não canto 

e o sentir triste me é refúgio;

como poderão semearem alegrias de luz 

e brilhos de felicidade,

se risos e cantos, é  do tempo que já me passou...

esses, ficaram na juventude, que já não sou;

pois, se a pudesse encontrar, 

trazia a alegria que lá ficou,

e deixava a saudade que me pousou..

desilusão  esta, que não sei onde ficou.

 

Se não tivesse tido caminho agreste,

montanha íngreme, e, espinhos silvestres...

na procura de vales floridos, e sentidos queridos,

a existência teria outro sentir, outro permanecer.

O tempo nos ensina, nos mostra o caminho,

nos amadurece com paz e amor,

com dor e saudade, com esperanças e gratidão,

mas nunca completará a desejada satisfação...

Somos seres inconformados, 

desejosos de querer ser mais perfeitos,

peregrinos de procura de maior felicidade.

 

Agora, é saber compreender o tempo,

e saber amar a paz que ele ainda  nos traz.

No silêncio das memórias, 

busco os encantos felizes vividos,

para preencher o vazio outonal

que o tempo me trouxe na bruma triste do vento.

E, neste silêncio, neste viver, 

encontrarei o afago matinal

para percorrer o caminho,

á procura de novos tempos de luz.


Valdemar Muge