sábado, 28 de janeiro de 2012

COM O AMOR



Possuir o mavioso amor desejado,
é lançar semente aos corações encontrados
nos dias da vida que por nós passam,
e florescerá o ditoso bálsamo querido.

Na nua terra, ansiosa ao fruto da vida,
o regar com a fresca água nascida,
é a seiva fecunda da essência, que brotará
o hino da Natureza que à luz dará.

E no pulsar dos corações ansiosos
           das almas intranquilas, na paz viver,
           que quantos e tantos quer receber:
            nascerá o amor nos corpos ditosos,
porque este, sempre vencerá o malévolo.           

Vem Amor, no aconchego dos corpos,
refresca-os suave e carinhosamente...
sensíveis, diz-lhes quanto valor tens para a vida,
porque tua essência, sem ela, nada vale...
sem ela, somos vultos de sombras fatais.

Com o aroma das rosas a florescer
envolto na suave essência dos nossos espíritos;
as mãos, nas meigas carícias dos momentos volúveis
e com a fresca água  bebendo nos instantes quentes,
nasceu o amor como criança, fecundo em doces sorrisos.

Com o Amor, sim!
com ele,
bendigo à vida que vim.

           NO SUAVE SUSSURRAR da Natureza,
ouviremos o adágio que ela nos dá
e falaremos com os sentidos recatados,
inspirados como ela os sabe oferecer.

Como crianças, envoltos na pureza espalhada,
deixaremos seguir nas aguas cantando
as pétalas por nós caídas da inocente flor
que o aroma deixou e a saudade levou.

Silenciosos, falar para quê?
- Tudo à volta é silente e vive.
Nossos corações, amor, sentem
o que os olhos vêem e dizer querem.

Silencio este que fala mais que quantas palavras:
Fala das felizes alegrias e das dores acontecidas;
É elo da vida que por nós passa, amor.
Com estas flores do silencio,
as palavras, soltas, foram nas aguas correndo
e ficaram  os ternos sentidos nos corações.

Acariciamos a densidade da Luz do amor
que envolve irradiando os corpos amados,
lúcidos e queridos nos seus desejos...
Ancorados no cais adjacente do amor,
o porto de chegada do destino da vida
proposto para todos de alegrias e dor.

Sejamos os rostos deste silêncio
cativos nos corações do amor,
que um dia recordemos com saudade
no repouso do ardor que ficou.

EM CADA INSTANTE te encontro, amor:
Com os olhos inocentes e ternos,
o coração no doce desejo de dar
e as volúveis mãos no afago de acarinhar,
       o dia, contigo,  tem mais brilho e a noite mais encanto.

Te encontro na inocente criança
que recebe  o afago desejado;
no idoso, o grato carinho que ainda vem,
mas saudoso da mocidade que já não tem
        mas de querer ainda o ser e com todos viver.

És mulher que o Mundo abraça;
és ternura que a todos enlaças.
Contigo, vou nos dias sempre amados
na Esperança que renova os corações abraçados,
       embalados nas queridas inesquecíveis memórias.

Seremos os seguidores do Amor
para que sempre floresça com fervor
em todos os corações:
a doce paz e queridas uniões
        que o mundo tanto precisa e anseia.

Seremos como as meigas crianças
e teremos o inocente e puro amor, doces carícias;
Sejamos como e companheiros da afagada mulher,
porque ela floresce o amor,
do seu regaço sai o amor
        que os corações querem ter.


GRANDEZA MAIOR que esta, não há!
As árvores se abraçam e as flores se beijam;
As águas se deleitam com o Sol acariciando-as
            e aconchegando o canto das aves e o viver dos animais:
     Assim, a Natureza sempre nos ensinará.

Que mais queres amor?
Só nos falta seguir o vento que nos leva
com este abraço que nos cativa.
Não é preciso  fazer mais ruído que o vento
nem mais movimento que as folhas das árvores.
De mãos dadas e com o perfume destas flores,
      suavizaremos para sempre as nossas recordações.

Encontramos então o Amor, abraçamo-lo...
seguiremos o caminho com ele
mesmo que encontremos
alguns tropeços e desassossegos.
Guardemos dentro de nós
e mais tarde desfolharemos as lembranças
      com a saudade, para que se não diluem.

Que importa que digam:
Ignorantes e sonhadores,
fantasia ou simples quimera,
se os sentidos estão nos nossos corações.
Que importa ignorância esta?
se esta faz viver nos sossegos da paz
      e na tranquilidade do Amor.

Somos os seres da suave memória;
os amantes da serenidade;
os cativos desta Natureza que nos abraça.
Ficareis com as vossas razões e ciências,
ficarei com as minhas, – são crer!
Ficareis com as vossas dúvidas
      e eu ficarei com a paz que o Amor deu.

                                                                                 Valdemar Muge