Na nebulosa da poesia imaginada, naveguei...
nela, segui para onde me quiz levar.
Atravessei mares de ondas suaves e
revoltas,
aragens e maresias,
e encontrei saudades e amizades.
Naveguei universos com estrelas celestiais,
onde existia almas de amor e bondade;
ouvi cânticos e vi açucenas de
pureza,
que aconchegam aquela felicidade
infinda;
vi paz esperada
de quem a cultivou e sempre a amou.
Viajei por estrelas, quantas que me
receberam:
umas, cheias de infinita claridade,
tinham almas com luz luz de
felicidade;
mas outras, quantas escuras, sem luz,
negras,
que guardavam sentidos de sofrimento,
arrependimentos de maldade.
Vi multidões de peregrinos a caminhar
ao encontro dos horizontes de luz;
e vi quantos para traz a ficarem
sem coragem para chegarem ao destino
que ansiavam encontrar.
Caminhavam à frente, os de mãos
limpas,
e espíritos de fé…
mas a traz, quantos encobertos,
disfarçados,
se perdiam no caminho!
Para uns, a caminhada se ia
suavizando,
seria a gratidão do que sempre
acreditaram...
eles ouviam cânticos de louvor;
incensos de pureza se espalhavam,
e suas almas, mais branquiadas
ficavam...
mas noutros, os ímpios,
a luz do caminho se ia diluindo,
e o negro caminho se aproximava a
seguir...
tropeçam em buracos negros
e caem em escuras estrelas:
ali ficam, à espera que outras
lhes surgem...
carregam os frutos germinados do
que semearam,
pesados, rastejando, os seus
lamentos não são ouvidos...
E na nebulosa, onde viajei,
regressei;
os sentidos poéticos que passei,
trouxe-os,
como mensagens de paz e amor.
Agora que cheguei, sei que viver
não é em vão;
o que aqui será em tudo que se
fará,
nos actos que vão, serão
Além a recompensa do que aqui
são.