O inverno está presente.
Este tempo, traz-nos a saudade da
alegria dos teus sorrisos,
e o encanto da felicidade no teu
fresco olhar em cada manhã, de então;
a magia dos sonhos que
desfolhavam para realizar e amar
de quando do florescer das tuas jamais
esquecidas primaveras.
A saudade de quando te confundias
com as tuas flores;
te misturavas, airosa, com a
beleza do teu mar;
sonhavas, romântica, ao pôr do
sol, beijando o futuro,
e nas auroras de cada dia,
agradecendo a vida de mais um feliz dia,
porque era primavera e dela
fazias parte dessa que então existia.
Neste inverno que passa...
Que importa não teres a alegria
dos teus sorrisos de primavera,
mas tens os ternos e doces
sorrisos de hoje, tão queridos,
os presentes, deste tempo, os
mais belos de sempre;
que importa não teres a
espontânea alegria da juventude,
mas tens a não menos querida
felicidade do tempo que passa,
a que hoje abraça os nossos
corações;
que importa não apanhares as
flores da primavera,
mas tens dentro de ti,
todas aquelas que te cresceram
durante a vida:
de amor, felicidade e paz,
para as espalhares por todos
aqueles que te rodeiam e te estimam.
Quando a
brisa vem...
vem com o
marejar do mar donde nasceu;
vem em
pétalas da natureza onde viveu;
vem
renovação de vida que fecundou e deu;
vem paz e
tranquilidade que os corações ditosos esperam.
Então,
continuarei à espera que ela sempre venha,
para consolo
do espírito e alimento da vida,
porque um
dia, aquele dia que sempre surgirá,
também a
brisa o trará e com ela iremos para nova Vida,
mas outra
virá, para trazer o aroma da minha saudade.
Valdemar Muge