domingo, 20 de dezembro de 2020

NO TEMPO DE NATAL DE 2020

NO TEMPO DE NATAL DE 2020

 Neste Natal que se vive,

coabita em tantos corações, a melancolia:
causada pelo invisível maléfico contagioso;
pela saudade de quem jamais não está presente;
do então convívio com quem agora está ausente,
do presente lugar vazio, de quem já partiu.
A tristeza habita em tantos lares...
e os olhares das pessoas, se cruzam angustiados:
porque nas bocas, mora a fome;
das mãos vazias, à caridade;
e dos tristes corações,
a esperança do fraternal abraço, sem reservas,
se voltar a dar num elo de paz e amor.

Neste tempo de serena espera,
em quantos corações paira o triste silêncio,
envolto na saudade, na melancolia ...
e na rua, agora vazia, a chuva lacrimosa cai,
cai como gotículas de lágrimas
nesta dor de quem junto, em casa, não mais têm ...
e naquele ser, sem abrigo, que dorme com o lençol de chuva,
e a luz das estrelas, iluminando-o;
na inocente criança, com fome, sem brinquedo, chorando;
nos humanos, em poças de sangue das guerras, sofrendo;
na mulher e no homem, se trabalho, sem esperança vendo,
esses, Natal não têm,
mas ansiando neste caminho de esperança,
reencontrá-Lo e com Ele acordar,
com Ele, todos um dia estar.

Mas lá longe, do meio das cinzentas nuvens,
na imaginada Aurora do ansioso tempo da Concórdia,
virá o Espirito Natalício, ele resplandecerá!
Virá a claridade da espera
de que este tempo há de trazer a fraternidade aos corações...
Porque, do Infinito, em nome dos saudosos,
dos que sofrem, vem a Luz reconfortante;
para os angustiados, quando a fome os destrói,
os desejados dias renascidos virão com alegria
em vez de lágrimas que tanto lhes dói.
Para aqueles que lhes falta o amor e a paz,
a alegria e a felicidade, e que Te oram com fervor,
em nome de todos,
vem, filho de Deus, Menino, Espírito do Amor,
neste Tempo que Vos esperamos em cada dia.

 Valdemar Muge

sábado, 5 de setembro de 2020

SAUDADE



E aquele sorriso voou, voou…

mas a saudade ficou.

Ficou a saudade daquele sorriso que sempre cantei,

daquele que cativava a amizade, a fraternidade;

aquele que a natureza desta terra criou,

e a aragem deste mar, afagou.

Ficou a saudade de menos um sorriso

que aqui já não brilha,

mas brilhará nas estrelas da felicidade eterna,

e nas pétalas do Amor.


Valdemar Muge

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

NO SILÊNCIO



Além, se ouve o clamor das gentes pela sobrevivência da vida,
 matizado de sentidos de dor e esperança, realidade vivida...
aqui, neste silêncio que a natureza me dá em afago sentir,
meus versos nascem nesse encanto que amo e o exaltei!

No silêncio encontrado do nascimento da vida,
ouve-se das cristalinas águas das fontes,
o seu alegre canto do hino a vida;
o desabrochar das flores que alegram a natureza, florindo,
que meu espírito se eleva, bendizendo ao Criador, se abrindo!...
a suave brisa que passa, embalando meu sentir em doce afago,
convida-me com ela em terno carinho, ao vosso encontro ir;
na pausa do voo das aves, em gesto amigo, ouço suas melodias...
e então, nestes silêncios,
vou embalado na suave brisa e nas asas das do canto amigo,
sonhando, sonhando feliz como a viagem para junto de vós seria.

No silêncio da felicidade, encontro a liberdade do meu canto:
o canto da poesia, do amor, da exaltação;
o canto da doçura das crianças, o canto da beleza há vida!
Encontro o doce olhar nos vossos olhos, o vosso sentir;
e o alegre sorriso nas faces, a vossa felicidade.

 No silêncio do amor, meu sentir se transforma em pétalas de poesia,
 em auroras de amor partilhado, em estrelas de paz;
 as vozes do céu me abençoam, abraçando, saudosas;
 e as estrelas iluminam meu caminhar, guiando.
 Nele, encontro a liberdade de tudo isto amar,
 de tudo isto sempre ter para vos dar.

No aconchego da paz que paira na natureza,
experimentamos e envolvemos nesses silêncios,
porque lá estará o amor e a tranquilidade que procuramos,
a liberdade de vivermos em fraternal Concórdia e louvor á vida.
Encontraremos a Omnipotência do Criador na beleza da Natureza;
no Universo das estrelas, a sua Paz, o seu Amor.

Mas... para além dos silêncios da tranquilidade,
o clamor da sobrevivência
ecoa nos seres humanos que no dia a dia vivem,
num mundo torturado de ódios e guerras,
de ambições mesquinhas, de miséria e opressão,
que por mais que contra isso lutem, tem sido em vão.
Mas há que encontrar o sentir dos silêncios
da paz e do amor em todos os povos,
porque são o refúgio do espírito e do apaziguamento da alma.

 Valdemar Muge

sábado, 25 de janeiro de 2020

NESTE INVERNO QUE PASSA...



O inverno está presente.
Este tempo, traz-nos a saudade da alegria dos teus sorrisos,
e o encanto da felicidade no teu fresco olhar em cada manhã, de então;
a magia dos sonhos que desfolhavam para realizar e amar
de quando do florescer das tuas jamais esquecidas primaveras.

A saudade de quando te confundias com as tuas flores;
te misturavas, airosa, com a beleza do teu mar;
sonhavas, romântica, ao pôr do sol, beijando o futuro,
e nas auroras de cada dia, agradecendo a vida de mais um feliz dia,
porque era primavera e dela fazias parte dessa que então existia.

Neste inverno que passa...
Que importa não teres a alegria dos teus sorrisos de primavera,
mas tens os ternos e doces sorrisos de hoje, tão queridos,
os presentes, deste tempo, os mais belos de sempre;
que importa não teres a espontânea alegria da juventude,
mas tens a não menos querida felicidade do tempo que passa,
a que hoje abraça os nossos corações;
que importa não apanhares as flores da primavera,
mas tens dentro de ti,
todas aquelas que te cresceram durante a vida:
de amor, felicidade e paz,
para as espalhares por todos aqueles que te rodeiam e te estimam.


                          Quando a brisa vem...
                          vem com o marejar do mar donde nasceu;
                          vem em pétalas da natureza onde viveu;
                          vem renovação de vida que fecundou e deu;
                          vem paz e tranquilidade que os corações ditosos esperam.
                          Então, continuarei à espera que ela sempre venha,
                          para consolo do espírito e alimento da vida,
                          porque um dia, aquele dia que sempre surgirá,
                          também a brisa o trará e com ela iremos para nova Vida,
                          mas outra virá, para trazer o aroma da minha saudade.


  
Valdemar Muge