sábado, 9 de julho de 2016

AS ROSAS DA SAUDADE

                       

             Partiste, e tuas rosas, sozinhas ficaram.
 Não mais brilho tiveram,
 não mais viçosa cor nelas se viram.
De rosas, em flores de saudades se tornaram,
em tristes pétalas se transformaram.

Sois flores de luto,
 sois tristeza que no vosso jardim habita;
Na solidão infinda, vos tornaram escuras;
vossa rosa cor,
 já cor não é… e o aroma foi até.
 Minhas lágrimas,
 são refúgio nas vossas pétalas,
que sequiosas,
delas se tornaram o único conforto.
 Essa saudade sentida que em vós consome a vida
 e que vos leva à agonia,
em meu coração, a mesma povoa…
tristeza esta
 que na minha alma trespassa dia-a-dia.
Minhas lágrimas em vós repousam…
delas,
sois regaço acolhedor desta triste separação
 que juntos temos e vivemos,
 no tempo que passa.
Minha alma, nostálgica,
 de quem já está no Além,
 dos meus olhos ungidos das lágrimas,
sai o pranto sobre as rosas,
que já nem cor têm,
 nesta tristeza que de meu peito vem.
                                                                                             
As lágrimas, que nas saudosas rosas repousam,
é  bálsamo de quanto tanto meu sentir…
agora, ó rosas, que já não tendes esse vosso ser,
ide,
 levai-lhe a minha também saudade,
de quem já não mais posso ter!
                                                                                                                                 
 Agora, que vossas rosas, para ti, já foram,
 ficarei a chorar sozinho,
 as lágrimas da pungente dor,
neste silente tempo da falta da tua meiguice,
ó mãe que para Além foi!
Mãe querida,
agora que és chama de amor,
és vida infinda, és luz bendita…
 aureolada com o encanto das rosas que tens,
 na saudade imensa que de mim conténs,
 anda comigo quando te peço,
 anda comigo no nosso amor perpétuo,
 anda comigo nos queridos pensamentos
quando te beijo,
e, com as nossas rosas,
abraçar-nos-emos num saudoso e querido abraço.
                                                   
 Valdemar Muge 


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