segunda-feira, 14 de julho de 2025

SAUDADE


 

SAUDADE

 

A existência dos tristes dias de silêncios

com angustia e sofridas lágrimas,

um dia na vida, sempre virão...

 

Há fim de manhãs, que a triste claridade

é apenas o aconchego aos dolorosos corações,

e o espírito é conforto á sofrida alma.

 

Há fim de manhãs, que as rosas que tão amadas foram,

descem, descem e ficam com quem as amou...

com quem as cultivou.

Desmaiadas com a saudade, já sem o viçoso orvalho,

levam a triste saudade de partida, 

de quem aqui já terminou.

 

Em cada rosa, fica a saudade deixada junto

de todos que lhe foram queridos,

fica a dor e a angústia,

as lágrimas caídas da despedida deste ser

que jamais se verá e o ter.

 

Há fim de manhãs perpétuas,

inesquecíveis, que sempre viverão,

que nem o vento e a erosão da dor,

apagam as memórias gravadas no peito...

 

Mas talvez um dia,

nascerão as rosas que comigo irão também descer,

e juntar-se-ão à saudade hoje nascida,

para que fecunde o eterno abraço de paz e amor.

Juntos, recordaremos as palavras iluminadas

nos caminhos percorridos das memórias

onde havia o aroma das flores

com o orvalho das manhãs;

a aragem do mar que deslizava nos nossos corpos,

e, o cantar do borbulhar da água das fontes

e do rio que nos sussurrava.

 

Recordaremos, talvez, o que não foi dito,

e os silêncios de paz que ficaram incompletos,

ao abrigo da nova serenidade da Paz iluminada.

 

Quando um dia isto acontecer, não mais nos perderemos,

porque os caminhos são iluminados,

e as almas serão guiadas pela Paz e pelo Amor eterno.

 

Valdemar Muge