A existência dos tristes dias de silêncios
com angustia e sofridas lágrimas,
um dia na vida, sempre aparecerão...
Há fim de manhãs, que a triste claridade
é apenas o aconchego aos dolorosos corações,
e o espírito é conforto á sofrida alma.
Há fim de manhãs, que as rosas que tão amadas foram,
descem, descem e ficam com quem as amou...
com quem as cultivou.
Desmaiadas com a saudade, já sem o viçoso aroma,
levam a triste saudade de partida,
de quem aqui já terminou.
Em cada rosa, cai o sentir da saudade deixada junto
de todos que lhe foram queridos,
vão pétalas de dor e de angústia,
as lágrimas caídas da despedida deste ser
que jamais se verá e o ter.
Há fins de manhãs perpétuas,
inesquecíveis, que sempre viverão,
que nem o vento e a erosão da dor,
apagam as memórias gravadas no coração...
Mas talvez um dia,
nascerão as rosas que comigo irão também descer,
e juntar-se-ão às da saudade hoje nascida,
para que fecunde o eterno abraço de paz e amor.
E, juntos, recordaremos as palavras iluminadas
nos caminhos percorridos das memórias
onde havia o aroma das flores
com o orvalho das manhãs;
a aragem que deslizava nos corpos,
e, o cantar do borbulhar da água das fontes
e do rio que nos sussurrava.
Recordaremos, talvez, o que não foi dito,
e os silêncios de paz que ficaram incompletos,
ao abrigo da nova serenidade da Paz iluminada.
Quando um dia isto acontecer, não mais nos perderemos,
porque os caminhos são iluminados,
e as almas serão guiadas pela Paz e pelo Amor eterno.
Valdemar Muge

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