PELAS MANHÃS
Pelas manhãs, nos silêncios,
havia palavras de esperança,
palavras que falavam do futuro, do prosseguir, vivendo...
Era no despertar dos dias, que nasciam os sonhos...
germinavam nos corações
para florirem no dia-a-dia da vivência;
eram de luz que nasciam ao amanhecer,
recheados de alegria,
e, com tonalidades de felicidade permanente.
Pelos dias que então corriam,
os sentidos de comunhão presente,
habitavam nos olhos florido que permanecia;
na fluidez dos corações que se amavam,
como a força do mar e a suavidade da aragem.
Era o tempo, que o tempo vivia alegre e querido,
nos frutos do desejo e nos abraços da tranquilidade.
Agora... tudo é saudade.
Os silêncios de hoje, já não possuem o aroma florido,
não têm sorrisos que os corações sentiam iluminados,
não têm as mãos acariciadoras que deslizavam a ternura.
Mas ainda se ama neste silêncio de saudade...
porque na saudade, mora a história vivida,
mora as alegrias e as tristezas, os afetos e o amor,
a esperança e a felicidade do passado...
porque tudo isto está presente, não se apaga,
e, quem sabe, no silêncio de quem partiu,
talvez ainda nos amará, como jamais alguém viu..
Agora, é noite sem brilho e luar sem esperança,
silêncio sem voz, e saudade com a ausência:
é espaço vazio onde mora as recordações.
Porque a história que vivemos na vida
é nossa e de quem nos amou,
são recordações para quem aqui ficou,
que os olhos ainda vêm e na mente guardou.
Valdemar Muge
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