segunda-feira, 3 de novembro de 2025

NOS CAMINHOS DO TEMPO


 

NOS CAMINHOS DO TEMPO

Como queria que minhas palavras percorressem o tempo,

voassem, voassem, e, pousassem nos vossos corações,

e, elas fossem resultado de vos sentirem mais felizes

em cada dia, em cada instante;

criassem sorrisos, amizades e fraternidades

nos seres tristes e desanimados.

Mas não creio... já não canto 

e o sentir triste me é refúgio;

como poderão semearem alegrias de luz 

e brilhos de felicidade,

se risos e cantos, é  do tempo que já me passou...

esses, ficaram na juventude, que já não sou;

pois, se a pudesse encontrar, 

trazia a alegria que lá ficou,

e deixava a saudade que me pousou..

desilusão  esta, que não sei onde ficou.

 

Se não tivesse tido caminho agreste,

montanha íngreme, e, espinhos silvestres...

na procura de vales floridos, e sentidos queridos,

a existência teria outro sentir, outro permanecer.

O tempo nos ensina, nos mostra o caminho,

nos amadurece com paz e amor,

com dor e saudade, com esperanças e gratidão,

mas nunca completará a desejada satisfação...

Somos seres inconformados, 

desejosos de querer ser mais perfeitos,

peregrinos de procura de maior felicidade.

 

Agora, é saber compreender o tempo,

e saber amar a paz que ele ainda  nos traz.

No silêncio das memórias, 

busco os encantos felizes vividos,

para preencher o vazio outonal

que o tempo me trouxe na bruma triste do vento.

E, neste silêncio, neste viver, 

encontrarei o afago matinal

para percorrer o caminho,

á procura de novos tempos de luz.


Valdemar Muge

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