quarta-feira, 12 de outubro de 2011

AOS POETAS



Sereis os incompreendidos?
Os idealizadores de sonhos,
sequestrados pelos ventos inconformados;
os pulverizadores do amor
nas estações do tempo criado;
o eco que passa acordado
na aragem que abraça os corpos de Sempre?!

Sereis esses?

Sereis as imagens moldadas
que os corações sentiram e foram dadas?

Tu, poeta construtor que me ouves,
que fizeste,  foste esse autor?

- Da voz do apaziguamento em cada momento,
voz da paz e da justiça renascida
nos montes vivos da Natureza;
voz da concórdia encontrada nos corações
irmanados de mãos dadas em cada olhar;
voz da mão carinhosa ao infeliz
e na dor que na vida trespassa
em cada momento que passa.

Sereis essa voz aclamada
e construtores desses alicerces que a Natureza te propôs?

Tu, poeta sonhador que aí estás,
que fizeste de ti?!

            - Foste eco na Natureza
de quanto a admiraste e a respeitaste;
correste nas águas límpidas
que sempre desejavas rejuvenescidas na Terra;
voaste no vento dos dias transparentes
sem poluição para todas as gentes;
no Sol da felicidade para a criança
e no lar da fonte do amor construído;
nas esperanças das manhãs desejadas
duma vida que todos possam viver felizes.

Foste obreiro desse empreendimento?
- Com certeza que o tentaste construir,
tu poeta, com teus sonhos, talvez!

Eu, nas minhas realidades, não o consigo...

Continuo a ver a miséria e a angustia
no sofrimento humano, espalhadas na rua;
continuo a ver a guerra e a jactância
implantadas nos povos disfarçados
com a máscara da bondade e da justiça;
continuo a ver uma Terra no caminho
da destruição feita pelos homens de
ouvidos surdos e olhos vendados!

Eu não sou o homem
que acredita nos teus sonhos!

Os meus, são as realidades do dia-a-dia
da luta constante pela sobrevivência;
no encontro com a dor em cada canto da rua;
no amargo pão, cultivado pelo honesto trabalhador,
que não chega (quantas vezes), ao humilde lar;
na vileza disfarçada no manto púrpura da vaidade!
                                                                                                                                                           
Estas são as realidades que vejo!

Poeta sonhador,
vê também as que à tua volta existe!
Sejamos então os idealizadores da contestação inconformada;
Sejamos os apaziguadores no alvorecer do novo dia,
os carinhosos das lágrimas sofredoras
dos corações padecentes;
Sejamos o eco da paz e da justiça em cada ser humano,
os transportadores da luz da alegria
às almas tristes e desanimadas!

Então sim, sejamos todos poetas nas realidades rejuvenescidas,
do novo Sol para todos, irmãmente!
Sejamos mensagens que a todos quer abraçar
            como os corações a todos deve amar!


                                                                                                  Valdemar Muge

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