Sereis
os incompreendidos?
Os
idealizadores de sonhos,
sequestrados
pelos ventos inconformados;
os
pulverizadores do amor
nas
estações do tempo criado;
o
eco que passa acordado
na
aragem que abraça os corpos de Sempre?!
Sereis
esses?
Sereis
as imagens moldadas
que
os corações sentiram e foram dadas?
Tu,
poeta construtor que me ouves,
que
fizeste, foste esse autor?
-
Da voz do apaziguamento em cada momento,
voz
da paz e da justiça renascida
nos
montes vivos da Natureza;
voz
da concórdia encontrada nos corações
irmanados
de mãos dadas em cada olhar;
voz
da mão carinhosa ao infeliz
e
na dor que na vida trespassa
em
cada momento que passa.
Sereis
essa voz aclamada
e
construtores desses alicerces que a Natureza te propôs?
Tu,
poeta sonhador que aí estás,
que
fizeste de ti?!
de
quanto a admiraste e a respeitaste;
correste
nas águas límpidas
que
sempre desejavas rejuvenescidas na Terra;
voaste
no vento dos dias transparentes
sem
poluição para todas as gentes;
no
Sol da felicidade para a criança
e
no lar da fonte do amor construído;
nas
esperanças das manhãs desejadas
duma
vida que todos possam viver felizes.
Foste
obreiro desse empreendimento?
-
Com certeza que o tentaste construir,
tu
poeta, com teus sonhos, talvez!
Eu,
nas minhas realidades, não o consigo...
Continuo
a ver a miséria e a angustia
no
sofrimento humano, espalhadas na rua;
continuo
a ver a guerra e a jactância
implantadas
nos povos disfarçados
com
a máscara da bondade e da justiça;
continuo
a ver uma Terra no caminho
da
destruição feita pelos homens de
ouvidos
surdos e olhos vendados!
Eu
não sou o homem
que
acredita nos teus sonhos!
Os
meus, são as realidades do dia-a-dia
da
luta constante pela sobrevivência;
no
encontro com a dor em cada canto da rua;
no
amargo pão, cultivado pelo honesto trabalhador,
que
não chega (quantas vezes), ao humilde lar;
na
vileza disfarçada no manto púrpura da vaidade!
Estas são as realidades que vejo!
Poeta
sonhador,
vê
também as que à tua volta existe!
Sejamos
então os idealizadores da contestação inconformada;
Sejamos
os apaziguadores no alvorecer do novo dia,
os
carinhosos das lágrimas sofredoras
dos
corações padecentes;
Sejamos
o eco da paz e da justiça em cada ser humano,
os
transportadores da luz da alegria
às
almas tristes e desanimadas!
Então
sim, sejamos todos poetas nas realidades rejuvenescidas,
do
novo Sol para todos, irmãmente!
Sejamos
mensagens que a todos quer abraçar
como os corações a todos deve amar!Valdemar Muge
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