PARASTE NO MEIO da caminhada e te viste
cansado com o peso que a tua
sombra te acusa:
dos teus frios dons espalhados
aos corações
e nas mãos que se abriam ao teu
ser. Reflectiste...
Essa fluída sombra sempre te
seguiu e recordava
que era preciso o calor do amor,
que se dava;
que era preciso renascer a
esperança prometida
de quem espera uma nova aurora
querida.
O meio da tua caminhada,
será pouso reflectido à tua vida
dada...
Será consolo à tua interrogada alma
na dor que te perturba e
estrangula,
para um novo ser de serena paz e calma.
Poeta, ouviste a voz da tua
sombra:
Foi mensagem como a doce pomba...
Sempre ouvirás a razão verdadeira,
seja essa sempre em ti, a justa
bandeira.
Agora, levas contigo o perfume da
natureza.
Que mais queres? Se tens tamanha
beleza!
Levas a alegria da Terra que te
abraça
no novo percurso renovado que te
enlaça.
Serás branca nuvem pousada nos
montes da vida;
vento que leva a bondade aos
corações;
voz para todos cantada
às vidas que a vida sempre amam.
(Seremos renovadores da vida
para que ela nos seja mais
querida,
seremos mensageiros duma querida
vida!)
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Valdemar Muge
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