sábado, 10 de novembro de 2012

ARRUELA



Arruela, é um lugar de ramificadas ruas, (em tempos estreitas,)    que se formavam em redor de um largo, onde em comunidade viviam as suas vidas.
É estar num dos lugares do alvorecer do povo Vareiro, que despontava para
as suas labutas.
Seio do nascimento dos corajosos pescadores e das airosas varinas, não menos graciosas que de outros lugares.
Os lavradores desta terra de verdejantes campos de cereal, marcaram também o destaque com a sua vivência.
Lugar de bons artífices do barro e da madeira, nas suas artesanais construções, quanto de bem apreciadas.
Lugar de quantos fornos do quente pão, do cereal que desta terra nascia e dele era saboreado. Das doces broas (de Pão de Ló), que seu cheiro tão desejoso, irradiava por todo o bairro e o calor dos seus fornos aquecia toda a casa, aconchegando desde o mais velho e ao de tenra idade…
Foi sim, berço de trabalho, de cultura e desporto, que esses corajosos vareiros que daqui se espalharam por toda esta terra e por outras bem distantes, enaltecendo o nome de onde nasceram.
Foi, com certeza, no aconchego deste lugar, que o fresco aroma dos seus pinheiros e o exalar perfumado das suas flores, nascia a beleza e a graciosidade feminina que por todos era conhecida e lembrada.
Hoje, ouviremos o chilrear dos pardais, ao recolher do dia, que nos faz lembrar as melodias então cantadas pela mocidade daquele lugar e no silêncio nocturnal eram ouvidas nas serenatas do apaixonado àquela jovem casadoira que estaria por dentro da quadriculada janela.
Lembremos com saudade os encantos que um lugar teve, recordando as vidas que por lá passaram e ficaremos agora com outras não menos queridas, desfrutando a felicidade, seja de qual o lugar, têm direito a viver.

Valdemar Muge 

Sem comentários:

Enviar um comentário