Arruela, é um
lugar de ramificadas ruas, (em tempos estreitas,) que se formavam em redor de um largo, onde
em comunidade viviam as suas vidas.
É
estar num dos lugares do alvorecer do povo Vareiro, que despontava para
as
suas labutas.
Seio
do nascimento dos corajosos pescadores e das airosas varinas, não menos
graciosas que de outros lugares.
Os
lavradores desta terra de verdejantes campos de cereal, marcaram também o
destaque com a sua vivência.
Lugar
de bons artífices do barro e da madeira, nas suas artesanais construções,
quanto de bem apreciadas.
Lugar
de quantos fornos do quente pão, do cereal que desta terra nascia e dele era
saboreado. Das doces broas (de Pão de Ló), que seu cheiro tão desejoso,
irradiava por todo o bairro e o calor dos seus fornos aquecia toda a casa,
aconchegando desde o mais velho e ao de tenra idade…
Foi
sim, berço de trabalho, de cultura e desporto, que esses corajosos vareiros que
daqui se espalharam por toda esta terra e por outras bem distantes, enaltecendo
o nome de onde nasceram.
Foi,
com certeza, no aconchego deste lugar, que o fresco aroma dos seus pinheiros e
o exalar perfumado das suas flores, nascia a beleza e a graciosidade feminina
que por todos era conhecida e lembrada.
Hoje,
ouviremos o chilrear dos pardais, ao recolher do dia, que nos faz lembrar as
melodias então cantadas pela mocidade daquele lugar e no silêncio nocturnal
eram ouvidas nas serenatas do apaixonado àquela jovem casadoira que estaria por
dentro da quadriculada janela.
Lembremos
com saudade os encantos que um lugar teve, recordando as vidas que por lá
passaram e ficaremos agora com outras não menos queridas, desfrutando a
felicidade, seja de qual o lugar, têm direito a viver.
Valdemar
Muge
Sem comentários:
Enviar um comentário