sábado, 26 de outubro de 2019

OS TEUS SORRISOS



Foi nas ruas da cidade, onde a luz amaciava o teu olhar
e o cântico das aves alegrava o teu caminhar,
que nossos sorrisos se cruzavam.
Foram nas noites estivais, que as estrelas te iluminavam
e a lua caprichosa se espelhava nos teus cabelos,
que nossos corações se deram.
Foram nas encruzilhadas dos corpos sedentos de amor
e ansiosos de viver,
que nos apaixonamos.
Foi na aproximação dos rostos de sorrisos queridos
e nos ternos olhares de carinho e simpatia,
que nos quisemos.
Foi no mistério profundo e sagrado do amor que nascia,
no tempo místico que os corpos se atraem
e os corações falam,
nos renascemos.
Foi no tempo do amor,
onde só ele sabe compreender e vencer na vida,
que nos quisemos.
Foi no meio das flores da primavera
que te encontrei e te amei;
o amor desabrochou no meio das pétalas das rosas
e a primavera renasceu em nossos corações.
                                                                     
Foi o encanto dos teus doces sorrisos,
que cativou meu coração!:
Não mos tires, amor,
são o fluir da nossa felicidade e força de viver;
são alegria primaveril do dia a dia a renascer;
são luz, encanto e paz em nosso querer.
Não os tires da tua face,
porque são o espelho da tua alma,
o reflexo da felicidade que em ti existe.
Não me os tires, porque se assim não for,
seria noite escura e mágoa profunda no meu sentir
numa tão infindável dor de não os ter ao meu lado.

Nestes sentidos por onde o coração passou,
foram sementes que o amor nele fortificou;
fonte d fresca água de felicidade que inundou;
poema que na alma o amor fluiu, venceu e ficou.

Valdemar Muge

sexta-feira, 21 de junho de 2019

VIVA O VERÃO



Hoje tenho o brilho do Sol, o marejar do mar;
Tenho o calor da natureza
e a frescura das águas das fontes;            
Tenho o Verão que me abraça,           
o futuro quão esperado da alegria no corpo
e a felicidade da vida para amar!   

Respiro pela manhã, o odor das rosas,
e saboreio o sabor da fruta;         
Ouço o cântico do pássaro,
e a música dos sonhos da esperança;                    
A alegria da vida do renascer de mais um Verão,
e a aragem do amor que nos abraça e se desfruta!

Hoje tenho o brilho dos sonhos,
e os abraços das chegadas ansiosas;         
A esperança que amanhã é dia de concórdia,
de amor, de fraternidade;
É dia de poesia da vida que vamos abraçar e amar,
viver entre todos como irmãos,
partilhando-a, e a todos dar.

Hoje, com este calor da amizade e a frescura da ternura,
com o encanto das flores e o abraço querido da paz,
meu desejo é para todos vós, isto que tenho, partilhar,
para que todos os corações sejam felizes e saibam amar.

E porque chegou o Verão,
abraçarei a brisa deste mar que me aconchega;
abençoarei em hinos de louvor, de afeto e amor.
Neste silêncio quente
e de som refrescante vindo dos búzios,
ouço uma palavra ansiosa, esperada,
que me suaviza e me abraça: Verão!

Neste silêncio, ouve-se um grito de alegria à vida;
das mãos, que saia o abraço da fraternidade;
dos lábios, a palavra da amizade
 e dos corações, o sentido do afeto.


Valdemar Muge

domingo, 9 de junho de 2019

O ROSTO



Rosto, que percorres nos caminhos de lajes
recalcadas pelo tempo da vida:
tuas rugas, são reflexo desse tempo que em ti passou,
que viveu, que fecundou.

No teu rosto, está a saudade da felicidade
e do amor de então, dum tempo nostálgico que passou,
duma essência que mais não volta, mas que tanto amou.
Está a recordação dum sofrimento,
duma angústia gravada nas rugas lapidadas
que o coração sentiu e guardou.

Contemplo teu rosto e teu olhar: vejo-o sem máscara;
vejo a figura modelar nos sulcos das rugas, estampada:
das brisas e das tempestades, das chuvas e do sol,
duma vida dura, exposta á sobrevivência da vida.

Naquele rosto de barba grisalha,
quantas lágrimas retidas, sofridas, permaneceu
sem que alguém as visse e enxugasse pudesse,
mas o calor do sol as secou e as marcas cicatrizou...

É no santuário destes rostos,
que os mistérios da vida se revelam
em quanta luz habitada que procuramos,
porque neles está o espírito e vida, unidos,
mistério este admirável, que encontramos.

Eis o rosto da pessoa que na vida caminha
cruzando-se com os seus irmãos,
distribuindo sorrisos de criança e afetos partilhados,
rasgando e destruindo dos rostos dos homens
atormentados: o mal,
para que o amor, encha por inteiro,
os corações vazios e dilacerados.

Naquele olhar que na rua passa,
está o brilho dum homem de horizonte distante,
duma vida que também sonhou com a felicidade,
com o amor:
recordações guardadas, queridas, jamais esquecidas.
Está o reflexo dum triste coração de falta de carinho,
de uma melancólica vida, sentida de vivência vazia.

Quando seu rosto por mim passa,
e tantos outros por aí habitados,
vejo a figura de um irmão que quer a carícia confortante,
a esperança de que quer viver o amor e a felicidade,
de que quer ter as lágrimas saciadas
 com sorrisos florescidos e ternura partilhada,
para que este canto sempre se ouça nos corações da paz.


Valdemar Muge

sábado, 27 de abril de 2019

O POETA SONHADOR



O POETA SONHADOR


Quanto ele caminhou naquelas ruas que sempre foram suas. Como gosta de dizer que são dele, (por isso as abraça), que as conhece como ninguém, que as ama. Nelas cresceu, nelas viveu.

Embalado na nuvem dos sonhos, navega com o vento, dorme com as estrelas, e vive com a natureza envolto no manto de luz.
Sonhou que todos os corações das pessoas se deviam amar; que sempre resplandecesse o sorriso nos olhos e fosse partilhado, porque assim, encontrariam a felicidade que lhes era devida.
Sonhou que todos os seres deviam encontrar nos caminhos da esperança: a concórdia, a liberdade; que as guerras não mais existissem e a paz reinasse em todo o planeta. Que a miséria fosse banida e florescesse a confraternização.
Ele caminhou no tempo do silêncio, sequioso dos sentidos então sonhados mas nem todos realizados.
Caminhou com a luz que ilumina a esperança das realizações, aquela que não lhe foi furtiva, a fiel, a dedicada.
Sonhou com a promessa dos deuses: que a alegria da felicidade e o abraço do amor, há de habitar em toda a terra.
Ele caminhou no tempo do silêncio, com o murmúrio dos seus rios e a aragem do seu mar que lhe vai confortando os sentidos; mistura-se com a natureza e banha-se no pôr-do-sol no mar da sua terra e, sempre espera pela nova aurora da reconciliação e da paz.

Ele sonhou e tentou encontrar as realidades, (talvez todos os poetas assim o sejam), porque eles vivem das palavras sentidas, do amor nos corações e da felicidade nos olhos, dos sentidos da vida partilhados e da alegria da Concórdia entre os povos.
São os semeadores de sonhos, os arautos da beleza, os amantes do amor.
Eles fazem nascer rosas nas pedras da calçada da concórdia: as da esperança da alegria e da felicidade.
Fazem  brilhar a luz nos escuros e dolorosos corações, guardadores das lágrimas derramadas. 
Nas ruas por onde caminha, partilhou a primavera florida donde veio e a natureza sua querida com as suas palavras sem fronteiras, que consigo trouxe.
Agora, no tempo percorrido, com o peso das memórias e os cabelos nevados, carrega as pétalas do Outono que as vai guardando no seu silêncio de paz encontrada que um dia sonhou, que os corações de hoje e sempre, sempre devem ter.
Valdemar Muge