sábado, 2 de agosto de 2025

SE HOUVER UM DIA


 

SE HOUVER UM DIA

 

Se houver um dia que as memórias não estrjam na dor;

a história vivida, seja efeméride do esquecimento;

as recordações já não sejam saudades vivas do amor,

por serem ausências no presente,

então o tempo foi cruel, atraiçoou.

Talvez viverão longe daqui,

onde tudo estará guardado em lugar secreto.

Então, tudo virá á memória em sonhos,

porque esses, nunca morrem, sempre viverão...

enquanto houver vida, permanecerão.

Neles, será lembrado,

tudo será recordado com saudade;

serão bálsamo do isolamento sentido,

para a vivência do suave e carinhoso alívio.

Será talvez a nova morada da saudade,

 o eterno destino do silêncio da paz lhe dada.

 

Se houver um dia que o reencontro aconteça,

será convívio onde haverá alegrias,

com sorrisos de ternura e de paz.

 

Valdemar Muge

sábado, 26 de julho de 2025

PELAS MANHÃS



 PELAS MANHÃS

  

Pelas manhãs, nos silêncios,

havia palavras de esperança,

palavras que falavam do futuro, do prosseguir, vivendo...

Era no despertar dos dias, que nasciam os sonhos...

germinavam nos corações

para florirem no dia-a-dia da vivência;

eram de luz que nasciam ao amanhecer,

recheados de alegria,

e, com tonalidades de felicidade permanente.

 

Pelos dias que então corriam,

os sentidos de comunhão presente,

habitavam nos olhos florido que permanecia;

na fluidez dos corações que se amavam,

como a força do mar e a suavidade da aragem.

Era o tempo, que o tempo vivia alegre e querido,

nos frutos do desejo e nos abraços da tranquilidade.

 

Agora... tudo é saudade.

Os silêncios de hoje, já não possuem o aroma florido,

não têm sorrisos que os corações sentiam iluminados,

não têm as mãos acariciadoras que deslizavam a ternura.


Mas ainda se ama neste silêncio de saudade...

porque na saudade, mora a história vivida,

mora as alegrias e as tristezas, os afetos e o amor,

a esperança e a felicidade do passado...

porque tudo isto está presente, não se apaga,

e, quem sabe, no silêncio de quem partiu,

talvez ainda nos amará, como jamais alguém viu..

 

Agora, é noite sem brilho e luar sem esperança,

silêncio sem voz, e saudade com a ausência:

é espaço vazio onde mora as recordações.

Porque a história que vivemos na vida

é nossa e de quem nos amou,

são recordações para quem aqui ficou,

que os olhos ainda vêm e na mente guardou.

 

Valdemar Muge

sábado, 19 de julho de 2025

AGORA ...


AGORA ..


Agora... espero a fresca brisa que virá de ti,

envolta com o aroma das pétalas de rosas que navegam,

vindas das estrelas onde habitas.

 

Agora... espero a Luz que me iluminará

os caminhos que ainda me falta percorrer,

um pouco dessa Luz que te rodeia e aconchega.

 

Agora... estarás feliz junto dos anjos...

terás deles, os sorrisos e os cânticos;

eles, enxugar-te-á as lágrimas da saudade

e, atapetar-te-á de pétalas de felicidade.

 

Agora.. em cada amanhecer,

ouço um novo pássaro a cantar:

será a tua mensagem de convívio,

ou a espera para que um dia me ensinem

o caminho ao teu encontro?...

 

Aguarda... porque quando as novas rosas florirem,

as apanharei e comigo as levarei...

para juntos, com o aroma Celestial,

descansarmos na Paz desejada.

 

Entretanto... em quando o silêncio do futuro não vier,

ficarei com os sentir do agora:

ficarei com as vossas palavras de simpatia e cordialidade,

 com os vossos afetos de terno coração,

ou, com os desejosos gestos de paz e amizade,

para suavizar a dor e a saudade.

 

Valdemar Muge

segunda-feira, 14 de julho de 2025

SAUDADE


 

SAUDADE

 

A existência dos tristes dias de silêncios

com angustia e sofridas lágrimas,

um dia na vida, sempre virão...

 

Há fim de manhãs, que a triste claridade

é apenas o aconchego aos dolorosos corações,

e o espírito é conforto á sofrida alma.

 

Há fim de manhãs, que as rosas que tão amadas foram,

descem, descem e ficam com quem as amou...

com quem as cultivou.

Desmaiadas com a saudade, já sem o viçoso orvalho,

levam a triste saudade de partida, 

de quem aqui já terminou.

 

Em cada rosa, fica a saudade deixada junto

de todos que lhe foram queridos,

fica a dor e a angústia,

as lágrimas caídas da despedida deste ser

que jamais se verá e o ter.

 

Há fim de manhãs perpétuas,

inesquecíveis, que sempre viverão,

que nem o vento e a erosão da dor,

apagam as memórias gravadas no peito...

 

Mas talvez um dia,

nascerão as rosas que comigo irão também descer,

e juntar-se-ão à saudade hoje nascida,

para que fecunde o eterno abraço de paz e amor.

Juntos, recordaremos as palavras iluminadas

nos caminhos percorridos das memórias

onde havia o aroma das flores

com o orvalho das manhãs;

a aragem do mar que deslizava nos nossos corpos,

e, o cantar do borbulhar da água das fontes

e do rio que nos sussurrava.

 

Recordaremos, talvez, o que não foi dito,

e os silêncios de paz que ficaram incompletos,

ao abrigo da nova serenidade da Paz iluminada.

 

Quando um dia isto acontecer, não mais nos perderemos,

porque os caminhos são iluminados,

e as almas serão guiadas pela Paz e pelo Amor eterno.

 

Valdemar Muge