quarta-feira, 11 de julho de 2012

PESCADOR DA MINHA TERRA



Velho pescador de tez enrugada, 
olhas teu mar amado;
Meditas pelo que passaste...
Teu olhar, se perde pelo horizonte
do mar onde trabalhaste.
Foi nessa imensa e branca areia
que em criança brincavas e corrias
até à cariciável onda que te esperava
e te despertava para a tua luta na vida.
O mar te chamou!
E assim foste: “valente, audaz e digno lutador!”
Recordas as alegrias que passaste
e o fruto do trabalho que realizaste.
Quantas vezes em lutas desesperadas,
nas ondas furiosas, encapeladas,
lutaste, e sempre quiseste vencer,
fugindo à morte, sem temer!
Agora… olhas o teu mar, são recordações.
Na tua voz, guardas o roncar das ondas encapeladas
e no teu coração, a suave magia do deslizar
à praia da mansa onda, afagando.
Hoje, velho lobo do mar,
deixas deslizar tuas lágrimas de saudade
que se mistura nesta maresia tão tua;
Recordas como ficou a polida rua,
que também a percorreste com o peixe
ao som do teu pregão.
Saudoso pescador:
Vencedor da proa desfraldada
e das ondas encapeladas;
lutador pela vida, digno como outros o são;
humilde homem, mas de grande alma e coração!
Hoje, orgulhoso de ser o que na sua alma encerra:
Digno pescador da minha terra,
desde criança e até à morte, foi sua herança:
O brioso orgulho de ser da sua terra
e ter o maternal afago, o seu mar,
esse que beija docemente a sua OVAR!

           Valdemar Muge

1 comentário:

  1. Olá amigo, uma linda homenagem ao homem do mar num lindíssimo poema. Bem merecida, pois o trabalho árduo, a sua labuta, a luta constante pela sua própria vida. Adorei. Beijos com carinho

    ResponderEliminar