quarta-feira, 11 de julho de 2012

VARINA DA MINHA RUA



Quando passas por mim na rua,
graciosidade que foste e ainda como é tua...
és do mar, varina amada, varina cantada,
airosidade que espalhavas na rua calcetada.

Recordas tuas venturas, teus pregões,
quantos o eram, do mar à terra se ouviam.
Tua voz, conhecida de todos era e ouvir queriam,
varina do mar, varina da terra e das canções.

Hoje, tantas saudades guardas:
Uma vida, que a vida te deu quanta
ditosa felicidade e canseiras tantas,
e grata é ao Deus, seu olhar eleva.

Mundo o dela em que hoje vive...
como feliz é, nele assim pensar;
triste é, se meditar em tudo que vê e existe...
feliz dela, que só recorda o que quer invocar.

Como tu, tantas que com saudades existem,
varinas foram e são recordadas;
foram e sempre serão amadas,
nesta terra onde eu e elas vivem.

… Quando hoje aqui, estas palavras vos leio,
     esta querida Varina da minha rua,
     é-nos uma recordação minha e tua
     e saudade dela, ao meu coração veio.


Valdemar Muge

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