Ó
velhas fontes, onde estais?
Tanto
que chorastes, lágrimas que o vosso riacho as levou e hoje, já
gotas não derramais.
Ó
fontes perdidas, já não as encontro, já não com elas hoje choro...
Eram
dez bicas (*) que a fresca água os corações apaixonados refrescava e a sede
sequiosa do sempre crescer à vida, matava.
Eram
dez fontes, que suas águas, aos olhos, o espelho reflectia e espelhava,
deslizando por entre os verdejantes campos de milho que à sua volta crescia, ao
encontro das águas da fonte enamorada e não menos cantada no romântico Casal.
Eram
dez, que em tempos idos, saudosas, suas águas se juntavam às donzelas apaixonadas
que ficavam a chorar pelos seus queridos que muitos foram e não mais voltavam.
Ó
fontes desta Rua, agora, já não mais choram, choro eu por vós, até que minhas
lágrimas sequem, nesta fraternal saudade hoje e sempre sentida.
Choro
eu, para que minha saudade vá no deslizar do vosso riacho que em tempos idos te abraçava e em terno carinho te cantava.
Ó
Rua das Fontes, hoje, fontes essas já não as tens, são saudades que ficam dum tempo
que o tempo levou!... Agora, tens o Herculano para tuas mágoas também prosar.
Rua
das Fontes, nesta terra sempre o serás! Com elas nasceste, pois teu nome assim
começou e sempre recordado será.
Dentro de todos, então jovens, hoje mais
vividos, seus amores e venturas, guardados estão nos corações de cada um ser,
desta rua de Ovar.
1(*)
Correio11s:
1; Pinho: 2; Júlia: 1; Vidal: 1; Pública: 1; Samaritana: 1; Lamarão: 1;
Regueira: 1; Pública (Mota): 1.
Valdemar
Muge
Que pena meu amigo esses fontanários não serem restaurados. São lindos, ora com quadras nos azulejos ora com os seus dizeres. beijos com carinho
ResponderEliminar