sexta-feira, 20 de julho de 2012

RUA DAS FONTES



  
Ó velhas fontes, onde estais?
Tanto que chorastes, lágrimas que o vosso riacho as levou e hoje,         já gotas não derramais.
Ó fontes perdidas, já não as encontro, já não com elas hoje choro...
Eram dez bicas (*) que a fresca água os corações apaixonados refrescava e a sede sequiosa do sempre crescer à vida, matava.
Eram dez fontes, que suas águas, aos olhos, o espelho reflectia e espelhava, deslizando por entre os verdejantes campos de milho que à sua volta crescia, ao encontro das águas da fonte enamorada e não menos cantada no romântico Casal.
Eram dez, que em tempos idos, saudosas, suas águas se juntavam às donzelas apaixonadas que ficavam a chorar pelos seus queridos que muitos foram e não mais voltavam.
Ó fontes desta Rua, agora, já não mais choram, choro eu por vós, até que minhas lágrimas sequem, nesta fraternal saudade hoje e sempre sentida.
Choro eu, para que minha saudade vá no deslizar do vosso riacho que em tempos idos  te abraçava e em terno carinho te cantava.
Ó Rua das Fontes, hoje, fontes essas já não as tens, são saudades que ficam dum tempo que o tempo levou!... Agora, tens o Herculano para tuas mágoas também prosar.
Rua das Fontes, nesta terra sempre o serás! Com elas nasceste, pois teu nome assim começou e sempre recordado será.
 Dentro de todos, então jovens, hoje mais vividos, seus amores e venturas, guardados estão nos corações de cada um ser, desta rua de Ovar.


1(*)
Correio11s: 1; Pinho: 2; Júlia: 1; Vidal: 1; Pública: 1; Samaritana: 1; Lamarão: 1; Regueira: 1; Pública (Mota): 1.

Valdemar Muge

1 comentário:

  1. Que pena meu amigo esses fontanários não serem restaurados. São lindos, ora com quadras nos azulejos ora com os seus dizeres. beijos com carinho

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